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ENGENHO BOA VISTA

O engenho Boa Vista é uma referência em Coronel Xavier Chaves. Situado a menos de 1 Km da praça principal, produz cachaça famosa pela qualidade. Cida Chaves, esposa do proprietário Sr. Rubens Resende Chaves, escreveu o seguinte texto sobre o engenho:

“Não se sabe quando começou. Entre as pedras de uma demolição havia uma datada de 1717. Foram paulistas ou emboabas? não se sabe. Da família de Tiradentes sabemos. Pedras e telhas cobertas de pátina evocam um tempo de ritmo lento e marcam a ampla construção bicentenária de arquitetura e engenho respeitosos da queda de terreno. É o fazer artesanal interado à natureza. A roda d´água oxigena o resíduo de sete metros. A caldeira sem pressa queima o bagaço num processo ecológico indispensável à fabricação das bebidas que exigem paladares refinados.

Há sete gerações estamos destilando a garapa. Os antigos nos legaram segredos que os laboratórios aos poucos descendam. O legado maior, além da instalação bucólica e da terra propícia ao cultivo da cana de açúcar, é a certeza de que o tempo pede paciência e humildade. Poucos litros de cada vez para a qualidade acima de tudo. Isso faz a diferença”.

O prédio, apesar de ter passado por reformas, modificações e acréscimos, guarda ainda uma atmosfera de época, além de beleza peculiar. Tem sido motivo de visitação. Merece ser cuidadosamente preservado, assim como o maquinário de época que está em perfeita condição de funcionamento.

Histórico do Bem Cultural

Sabe-se da existência do engenho Boa Vista desde o ano de 1755, no entanto, a data e os responsáveis por sua construção são desconhecidos. Em 1755 era de propriedade de Vicente Luís Loureiro, que mais tarde o vendeu para Manoel de Barros, pardo e forro, casado com Antônia Teles que venderam o engenho para Maria da Conceição Xavier, casada com Lourenço Coutinho que por sua vez fez a doação para Domingos Silva Xavier, em 1763 “para efeito de se tornar padre”. Ordenou-se sacerdote, era afilhado do inconfidente Pare Toledo e foi vigário de São João del Rei. Participante da Inconfidência Mineira, foi perseguido, fugindo para Cuiabá, onde exercia o ofício de rábula, sendo preso em 1791. Padre Domingos da Silva Xavier era irmão mais velho de Tiradentes. O engenho nunca deixou de pertencer à família Xavier. Entre 1950 e 1960, pertencia a uma filha do Coronel Xavier Chaves e em 1978, o atual proprietário Sr. Rubens Resende Chaves o adquiriu. Em 1995 suas instalações foram ampliadas e a partir de 1997, o fabrico de cachaça foi retomado.

ACESSO RÁPIDO

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